É bonito de se observar os operários, grandes labutadores, " in loco" e apreciar o espetáculo da engenhosidade humana, traçando com madeiras, linhas, escaladores, tratores de cinco milhões de réis, enxadas, picaretas e muito, muito suor na testa, de uma vintena ou duas de honestos trabalhadores, sulcando no solo, àquilo que a matemática, os cuidadosos cálculos, forneceram como seguro" norte"...
Dois universos, dois mundos: O mundo dos escritórios refrigerados a ar- condicionado, pasteurizado e livre de poeira, germes e ruídos- parasitas e este outro mundo, o das picaretas de aço, mordendo o asfalto em meio à Canícula senegalesa, descargas de tonitruantes e poderosos motores, Negras nuvens de oléo diesel queimado, e barulho, muito barulho!
Foi assim, milênios atrás? Quando os romanos construíam suas estradas, magníficas até hoje? E os operários egípcios, nas grandes pirâmides? Gosto de pensar que sim!
Essa experiência alargou um tanto, a minha " lupa" para observar pequenezas/grandezas relacionadas à nós, vacilantes humanos neste vale de sorrisos, dores, alegrias e lágrimas. E também, nada como " 60 outonos" nas costas, para suavizar nossa mente e coração.
E enquanto escrevo estas linhas, um desses sorridentes operários, me oferece uma metade de laranja geladinha descascada " em nome de Jesus". E como respondeu, este velho javali espinhudo, que passa os dias dizendo que: As religiões agravam ou produzem transtornos cognitivos? Respondi: " Amém , assim seja! Existe hora para o ativismo existencial, e existe o momento de abraçar o Amor Fraterno Perfeito para sempre.
Dividimos este solo, território de oferendas de suor, trabalho, barulho e dispêndio de grande força motriz e muscular!
Aqui o Sol queima costas imaculadas dos engenheiros, neste estranho mundo caótico de terra vermelha, homens pretos, homens brancos, amarelos, e que ao final- do- dia, estamos todos cinzas de pó, uma homogeneidade de pigmento, ferrugem, terra e sujeira que nos irmana em uma tribo de única cor, portanto, a honesta cor da labuta!
Para pessoas que despertaram suas consciências, esse estado de ânimo perdura e vira o mote do dia- a- dia, para outros, um tanto aferrados à seus paradigmas, na primeira chuveirada, lava- se a benéfica eugênia da poeira do labor e instala-se a " alvura da cretinice humana" !
Incrível reflexão amigo.
ResponderExcluirMuito agradecido pelas palavras e por seu tempo...
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