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quinta-feira, 24 de julho de 2025

AGRADECENDO À MAURÍCIO DE SOUZA !



     Está é uma história que nunca compartilhei com ninguém em todos esses anos...
Creio que em 1974, ou 1975, não vou recordar agora, não depois de 50 anos e tendo o meu cérebro sofrido o bombardeio do corona vírus- 19.
Prossigo...  51 anos antes deste alienado 2025, caiu em minhas mãos,  uma história em quadrinhos do Maurício de Souza,  também não vou lembrar o arco ou o título,  se era " da Turma da Mônica ", ou outro título qualquer...
Mas, é mais do que provável,  que saía sim, com o título de TURMA DA MÔNICA .

      Lembro até hoje, do impacto que aquela história me causou... em termos de roteiro e arte, era até bastante simples, sem grandes traços, ou trama complicada. Mostrava o cotidiano de um enorme porco vermelho, que se alimentava dos aplausos e elogios que recebia dos outros porcos, que eram retratados com tamanho menor...
Esse " Porcão", vou chamá-lo assim, promovia sessões de adoração e elogios e... literalmente inchava de orgulho e vaidade .

Não lembro mais da trama... Mas, esse " Rei dos porcos", tiranizava os outros animais, e em algum momento encontrou um opositor que boicotou essas sessões de elogios, adorações,  etc. O efeito dessa rebelião,  foi que sem a energia daquele imenso número de " admiradores ", o porção foi murchando...murchando... até virar um porquinho insignificante e menor que o menor dos filhotes. FIM DA HISTÓRIA!

     Como posso descrever, o nosso mecanismo cerebral? A mecânica de nosso psiquismo? Não ouso ir, onde outros psicólogos e psiquiatras naufragaram, este que isto escreveu, com limitadissíma capacidade cognitiva, só pode se aventurar em suposições...
     O que devo relatar aqui, é que automaticamente ( não sei se é uma palavra adequada) comecei a enxergar aquela situação descrita na história do talentoso Maurício de Souza,  naquilo que eu chamava de " realidade" .

Minha mamãe,  não era uma mulher dedicada à mística devocional,  então,  frequentar a igreja, ou ir a missa, para aquele garoto de 10 anos, que fui, era mais uma travessura, ou um satisfazer a curiosidade,  do que qualquer traço ou tendência da minha parte, relacionado a devoção ou fé ou temor a Deus.
E junto com dois ou três garotos da mesma idade, vivíamos " invadindo" os rituais alheios, não só missas católicas apostólicas romanas, mas outras vertentes de mística devocional, na Lapa( Bairro da zona oeste de São Paulo) existiam muitos templos, de muitas religiões. 

Foi bem estranho a maneira como um " véu " se descortinou em minha mente... Todas aquelas pessoas adorando à Deus , também prostrando- se , beijando a mão do padre,ou  assistente do rabino ( na sinagoga da Lapa, nessa época,  não havia rabino, mas um senhor responsável pelos hinos, etc), aliás,  nosso pequeno grupo de delinquentes espirituais, por não sermos praticantes do judaísmo, nos esgueiravámos pelo quintal da Sinagoga e espionavámos através da janela.
Fomos expulsos algumas vezes, e sair correndo daquelas pessoas, com aqueles chapéus diferentes, era assustador e muito divertido,

Divertido, desde que isso, não gerasse reclamações para os pais, que eram na maioria italianos, que acreditavam no mortificar a carne para purificar o espírito ,ou como diria minha vovó:Fatti picchiare! Scaldatti il culo! Ou simplesmente, levar uma surra .
Não importa. Não é esse o ponto... o que muito cedo nesta vida percebi, é que nesses rituais havia um envolvimento energético,  não uma troca justa, mas , assim com na história do porquinho ...

uma relação de mão única  , um lado tomando a energia do outro lado! 
Este que isto escreveu,  era jovem demais para fazer as devidas analogias e comparações com vampirismo, ou parasitarismo, no entanto,  abriu- se essa porta em minha mente, que inexoravelmente me colocou à parte de qualquer tipo ou modalidade de mística devocional .

Mas, e até hoje, não sei explicar,  como uma simples " história de gibi" , deflagrou esse gatilho no meu ser esseral... e percebi em outras modalidades praticadas na sociedade,  o mesmo mecanismo " do porquinho" da H.Q. e explico aqui: certos políticos serem endeusados , a idolatria com jogadores de futebol, como Emerson Fitipaldi(nota: corredor de fórmula 1 da época), com atrizes e atores da Rede Globo( que mandava em tudo, nos anos 1974) ... 

     Então, esse florescer  do meu psiquismo, esse começar a tentar pensar, veio, mesmo que em porcentagem pequena, daquela introvisão da " Turma da Mônica ", daquela história...
Em tempo: Aprendi a ler, usando as histórias em quadrinhos,  então, realmente e muito sinceramente, agradeço ao excelente quadrinista, e belo contador de histórias,  o sr Maurício de Souza! Ler salvou minha sanidade!

     Passei a vida, lutando contra a minha cretinice humana,  contra as ideias infantis que a maioria das pessoas desenvolveu em nome da crença,  crença essa, que não resiste à um minuto de escrutínio  , se escrutínio fosse algo que a maioria usasse, mas infelizmente não é esse o caso...

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