Não podemos perder a
agência , " agência " é o conjunto de habilidades. É isso que molda o nosso cérebro...
Farei uma digressão, em 1978, nas ruas do Bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, a molecada, ao voltar da escola, tinha como recurso viabilizador de desenvolver a capacidade de agir e influenciar o ambiente ao seu redor, utilizando um conjunto de habilidades e conhecimentos, certos " jogos" coletivos( futebol, por exemplo) mas, no caso específico desta história, realizávamos JOGOS DE COMBATES ,
onde dois times, dividiam- se , umas 25 garotas e garotos de cada lado, tinham como " missão " conquistar território. Era lícito, dentro das regras previamente acordadas, o uso de zarabatanas longas , feitas de canudos de 1 m, que lançavam dardos de papel, e confronto físico ( o que muitas vezes, descambava para brigas!) . Esses jogos duravam três, quatro horas, eram realizados, todos os dias... E muitas crianças, quando chamadas pelos pais, para entrar, tomar banho e jantar, ficavam " matutando" estratégias para invadir o lado inimigo, ponderando
seus lados fortes e pontos fracos. Esse jogo, essa brincadeira, muitas vezes violenta e também muito vigorosa fisicamente, ia forjando o caráter, o cérebro, dando a nós meninas e meninos, o aprendizado de como se comportar em grupo, quais regras sociais obedecer, ou seja, assim como a leoa leva seus filhotes para aprender a sobreviver na savana, ensinando-os , através de brincadeiras pedagógicas, onde estes filhotes têm a chance de desenvolver sua coordenação motora, seu
olhar de predador , sua destreza física ,
nós crianças lapeanas, aprendíamos as regras da tribo, quase que do mesmo jeito, utilizando a
agência e o
conjunto de habilidades . Esse era o
videogame destes garotos e garotas , que atualmente estão com 60, 65 anos ...
Nós homo sapiens sapiens, mesmo neste estranho 2025, trazemos cicatrizes neurais da vida pré- histórica , penso na mais humilde e limitada opinião, que podemos colocar o " contar histórias e conversar à beira de uma fogueira" , como um dos exemplos dessas " cicatrizes neurais da vida pré- histórica ".
Conversar, ler e escrever ... Deram início à tudo, ler trouxe a informação, escrever e conversar permitiu a divulgação, o debate de ideias, e à beira da fogueira, isso trouxe a plasticidade cerebral, que nos levou até os dias de hoje...
Temos que, de alguma forma, voltar à isso, pois o cérebro humano, a vida humana é analógica e não digital...
Fomos projetados para escrever, usando caneta e papel , isso é o que funciona otimamente para desenvolver a memória, e as complexidades do aprendizado de como pensar.
O que observo com pesar, neste 2025 de plumbêas cores filosóficas, políticas e sociais , é uma molecada sendo enganada e sendo adestrada na
arte do emburrecimento , ao invés de criar, pensar... Vamos plagiar as matérias, através do chatgpt. Não vou dar um passo usando minha própria capacidade de raciocinar, de produzir pensamentos próprios... Nada disso! Vou passar para a
I.A. ela vai " pensar e criar" por mim...
Isto , é a estrada aberta para a cretinice humana, para o fim da arte, da poesia, e do
que nos torna altivos e interessantes para várias raças espalhadas pela Galáxia ( se isso for verdadeiro!)
Não estou dizendo que a tecnologia é ruim, apenas que deve ser usada como uma ferramenta. O bom artesão não é dominado pelos seus formões, enchós, lixas... O bom artesão é levado a passear por sua Intuição e criatividade!
Fico por aqui, deixando mais essa minúscula tentativa de semear reflexões...
Gostaria de convidar a todas as pessoas, a assistirem o vídeo do grande Professor Pierluigi Piazzi , para acessar, vá até as "PÁGINAS " que é o espaço dos vídeos aqui no Inteligente Blog SONHADORIA PAULISTA DE TUDO... Aconselho a dar uma pesquisada nas outras palestras e conversas do Professor Pierluigi, é um deleite!
O Professor Pierluigi Piazzi, foi radialista,topógrafo, físico, químico, foi cofundador da Editora Aleph, suas aulas nos cursinhos, cativaram milhares de alunos. O professor nasceu na Itália e morreu aqui em São Paulo, aos 72 anos em 22 de Março de 2015. Também foi considerado um dos nomes mais influentes na ficção científica do BRASIL, e um grande escritor sobre o desenvolvimento da inteligência em alunos em idade escolar.
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